Por Joám Francisco López [*]
30.04.2015
Há quarenta anos, exatamente o 30 de abril de 1975, caía a cidade de Saigom e com ela o regime títere de Vietnam do Sul. Duas imagens dérom a volta ao mundo; a embaixada estadounidense evacuada às pressas con helicópteros, e o tanque 844 entrando no palácio presidencial depois de derrubar o valado, com a bandeira da Frente de Libertaçom Nacional ao ar (a do Vietcong para os USA). Rematava assim a guerra dos dez mil dias.
Vietnam proclamara a sua independência em 2 de setembro de 1945. O presidente Ho- Chi- Minh manifestara a sua intençom de viver em paz e harmonia com o resto dos países do planeta. Também com a antiga potência colonizadora, a Franza, e com certeza, os Estados Unidos, país ao que os unia a luita comum contra o império japonês. A visom profundamente reacionária e supremacista das potências ocidentais non o fizo possível.
Nascido Nguyen Sung Cung, autonomeado Nguyen Ai Quoc (Nguyen o patriota) e chamado polo seu povo e a história Ho-Chi- Minh (O que ilumina) este grande homem do século XX, abraçou o marxismo na mesma metrópole francesa da mao do PCF, mais e sobre tudo foi sempre um grande patriota vietnamita, lider do Vietminh, a frente para a independência e do Partido Comunista de Vietnam. Herdeiro dumha tradiçom milenária, humilde, resistente, trabalhador dos mais variados ofícios, amante e amado do seu povo. Ele forjou a vitória junto a outros homes coma Giap, Van Tien Dung, Van Dong, e também mulheres como Va Thi Mo, chefa do batalhom C3 do Vietcong formado só por mulheres ou Vo Thi Thang, a do sorriso da vitória, longamente torturada e sempre desafiante, morta recentemente.
O povo vietnamita pagou enormemente em sangue e sofremento a vitória sobre estes dous impérios ocidentais, mais de três milhons de pessoas morrêrom, incontáveis feridas, torturadas, espancadas, nenos e nenas malformados polas armas químicas.
A Franza primeiro e USA depois cometêrom o erro de desprezar a un inimigo mais pequeno, mais pobre, menos forte militarmente, porém decidido a luitar até o fim pola sua independência e liberdade. Dien- Bien- Phu significou a derrota para a Franza e deu passo aos acordos de Genevra, nom respeitados polos americanos. A própria CIA avaliava que deixar votar libremente aos vietnamitas significava umha vitória esmagadora do carisma e liderado do tio Ho, tanto no Tonkin como no Annam ou a Cochinchina as três regions históricas do país. Nom se podia, pois, permitir a reunificaçom. A estúpida e colonial teoria do dominó tiunfou e criou-se no Sul um regime títere, fantoche e enormemente corrupto. Os Estados Unidos que baixo o liderado de Roosevelt forjaram na II Guerra Mundial um emorme prestígio enlamárom-se numha guerra suja, cruel e criminal, como ditaminou o Tribunal Russel. O napalm, o bombardeo sistemático para fazer voltar o país à época de pedra, o agente laranja para envenenar o mato e a vida humana, tudo valeu e nada chegou. Ao fim a guerra, coma um regueiro de horror e maldade estendeu-se por toda Indochina. Os norteamericanos botárom mao dos seus aliados , Tailândia, Filipinas, Austrália, Reino Unido... a Espanha franquista cooperou com um contingente médico militar. Vietnam do Norte e o Vietcong contárom com a ajuda ( nunca de forças de combate que nom aceitárom) da URSS, China, Cuba e outros países socialistas, assim como a de países asiáticos e africanos coma a Índia ou Argélia. Tivo grande importância o apoio dos movimentos progressistas e pacifistas em ocidente que também tivérom os seus mortos, reconhecidos e agradecidos polo Vietnam.
EE.UU. perdeu a sua primeira guerra e ficou com a maioría da sua populaçom avergonhada e anojada dos seus dirigentes com Johnson e Nixon à cabeça. Ho-Chi-Minh já avisara: A raiz fai sólida a árvore. Nom há nada mais valioso que a liberdade e a independência. O palácio de toda vitória construe-se sobre o povo. Por cada dez dos nossos que matedes, nós mataremos um dos vossos, ao fim cansaredes antes. Poderemos perder a batalha mais só ao perder o riso conheceremos a derrota. Som muito mais do que frases ditas. Som a alma do povo viet. Tivem o privilégio de falar com superviventes da guerra, combatentes ou nom. Nom gostam muito de lembrar a dor, o horror e, curiosamente, nom odiam os americanos. Só um exemplo para conhecermos este povo. Um amigo contava-me os bombardeios dos B-52. Para se proteger, cavavam um burato no médio das súas casinhas quase de papel, alí ficava toda a família e os animais de estimaçom, se a bomba cair acima adeus familia Nguyen, mais se a bomba cair ao lado, os vizinhos corriam para tirar de baixo dos entulhos a família. Entom grande festa e grande alegría, a família Nguyen estava viva mais um día. Unidade, unidade, grande vitória!
Hoje Vietnam é um povo livre e independiente que construe o seu futuro em paz. No 1986 o Doi Moi, a renovaçom, principiou mudanças que continuam. O Vietnam está a mudar muitas cousas, na economía, na sociedade, na política, mais umha cousa está clara: só o povo vietnamita é dono do seu futuro e ninguém mais.
Em julho umha delegaçom da Asociación Galiza- Vietnam visitará o país. Estamos abertos a que nos acompanhedes, a distância fai que non seja umha viagem barata, mais com certeza paga a pena. Aprender sempre e muito máis deste povo tam entranhável e carinhoso. Dous velhos povos nos extremos do grande continente euroasiático, velhinhos, humildes e solidarios con todas e todos.
[*] Joám Francisco López- Historiador. Presidente da Asociación de Amizade Galiza-Vietnam. | jtavia@gmail.com
Asociación de Amizade Galiza-Vietnam:
http://galiza-vietnam.blogspot.com.es/
Foto: O 8 de xuño de 1972, a imaxe de Kim Phuc, de nove anos, gritando de dor nunha estrada, foi inmortalizada por Nick Ut. | Ir a web.
Enviado por:
Joam Tavia
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30 de abril de 2015 19:37
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